O que de fato é um diagnóstico correto de TDAH?
- Lucas Emmanuel
- 6 de set. de 2024
- 3 min de leitura
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido um tema cada vez mais presente em debates de saúde mental e educação. Dados recentes indicam um aumento no número de diagnósticos, tanto em crianças quanto em adultos, o que levanta dúvidas: estamos enfrentando uma "epidemia" de TDAH, ou estamos apenas mais conscientes sobre o transtorno?
Para entender esse aumento, é importante reconhecer os avanços na identificação do TDAH. No passado, muitas pessoas que apresentavam dificuldades relacionadas à atenção, impulsividade e hiperatividade não recebiam o diagnóstico adequado. Isso era, em parte, consequência do desconhecimento sobre o transtorno e da falta de critérios padronizados de avaliação. Hoje, com maior disseminação de informações e profissionais mais capacitados, essas condições são mais facilmente reconhecidas.
Outro fator que contribui para o crescimento dos diagnósticos é a mudança no estilo de vida contemporâneo. Vivemos em um mundo altamente estimulante, marcado pelo uso excessivo de tecnologia, exigências multitarefa e uma velocidade de vida que nem sempre respeita nossos limites cognitivos. Essas características podem amplificar dificuldades que já existiam, gerando a percepção de que mais pessoas têm TDAH. É crucial, no entanto, diferenciar entre dificuldades de atenção situacionais e um transtorno que afeta a qualidade de vida.
O diagnóstico de TDAH deve ser realizado com critério e base em avaliações aprofundadas. É comum que sintomas como desatenção, inquietação ou esquecimento sejam confundidos com características típicas do TDAH, mas também podem ser sinais de outras condições, como ansiedade, depressão ou até mesmo padrões comportamentais moldados por um ambiente estressante. Apenas um especialista pode identificar se esses comportamentos fazem parte de um transtorno neurobiológico ou são respostas às pressões do cotidiano.
Além disso, o aumento dos diagnósticos em adultos é um reflexo de maior atenção a um público que, por muito tempo, foi negligenciado. Muitas pessoas que passaram a vida enfrentando dificuldades na escola, no trabalho ou nos relacionamentos hoje reconhecem que essas dificuldades estão relacionadas ao TDAH. Esse movimento é positivo, pois oferece a possibilidade de tratamento e melhorias na qualidade de vida, mas também exige cuidado para evitar diagnósticos excessivos ou equivocados.

A terapia, em especial a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), tem se mostrado eficaz no manejo do TDAH. A TCC trabalha na organização da rotina, no controle da impulsividade e na reestruturação de pensamentos que podem amplificar a sensação de descontrole. Paralelamente, o uso de medicação, quando indicado, pode ser um aliado importante para o tratamento, mas deve sempre ser prescrito por um psiquiatra.
Outro ponto relevante é combater a desinformação. O TDAH é muitas vezes tratado de forma superficial ou estigmatizado, o que pode levar tanto a diagnósticos errados quanto ao descrédito da condição. Não é incomum ouvir que "o TDAH não existe" ou que "é apenas uma desculpa para comportamentos inadequados". Essa visão prejudica não apenas quem tem o transtorno, mas também o avanço de políticas públicas e práticas clínicas adequadas.
Na Clínica Lucas Alvim, levamos a sério a avaliação e o tratamento do TDAH. Entendemos que cada pessoa tem uma história única e que o diagnóstico correto é o primeiro passo para encontrar estratégias que realmente funcionem. Se você ou alguém próximo sente que enfrenta dificuldades significativas de atenção, impulsividade ou inquietação, estamos aqui para ajudar.
O aumento nos diagnósticos de TDAH pode ser visto como um reflexo positivo de maior conscientização e acesso à saúde mental, mas também é um chamado para que a avaliação seja feita com seriedade e cuidado. Procure um profissional capacitado, conheça seu funcionamento e, caso necessário, dê o primeiro passo em direção a uma vida mais equilibrada.
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